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Amanhecer o pensamento

21 dias. Foi o tempo que durou a minha paz. Em Salvador. Desde que voltei pra casa. Que não sinto ser minha há muito tempo. Assim como minha cidade natal. Eu até gosto daqui e me sinto feliz por ser baiana, e me encanto pela beleza da maresia que corre solta pelo ar, independente da maré. Mas é o passado que conseguiu criar um abismo muito grande entre a contemplação e a emoção. Construir uma ponte para tentar reconectar é um trabalho hercúleo demais, e não sei se tenho forças e nem vontade para isso. Mais cedo na rádio tocava “O poeta está vivo”. Fui ver o por do Sol, com as reclamações de minha mãe de que “troco o dia pela noite demais”. E admirando a beleza do adeus da luz, percebi que é mais uma beleza que tenho um abismo que me separa pela história e lembranças. Amo a noite pelo silêncio e o foco que ela dá aos verdadeiros e constantes sons do mundo. Sou da noite, porque é o único momento que tenho para que eu possa estar a sós comigo mesma e meus pensamentos. E meus sonhos.

Betina (ou que aprendi com ela) – parte I

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Betina é uma cachorrinha toda pretinha que entrou na minha vida quando eu menos esperava no dia 20 de Julho de 2018. Estava eu, no meio de um evento do trabalho, naquele corre-corre de staff, quando no meio do meu caminho a encontro assustada, perdida e andando em círculos (alguém mais se identifica?). A chamei e ela veio. Fiz carinho na cabeça, e ela deitou no chão. Percebi que estava muito bem cuidada, e como onde trabalho não tem cachorros, por ser uma região só de empresas, pensei: “ou tá perdida, ou a abandonaram”. A certeza era que eu não ia deixar ela sozinha e na rua, a dúvida era aonde eu ia deixa-la até o horário do almoço, pois não podia simplesmente sair do trabalho naquele momento. Por sorte, encontrei outros colegas de trabalho que se sensibilizaram na hora e de prontidão me ajudaram a leva-la para escritório até eu poder levá-la para minha casa. Passou o primeiro final de semana e nada do “dono” aparecer. Já na segunda, eu sabia que ela tinha sido aba

Oscar 2016 – Ex Machina

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Olá meus caros, tudo bem? Infelizmente, não consegui dar regularidade nas postagens daqui do Andorinha no ano passado. Mas me deem um desconto! Estou nos últimos semestres da faculdade (Thank you, Jesus) e há 6 meses em um estágio que frita meu cérebro com farofa. Tenho lido menos, mal vejo séries, e o cinema foi a única forma de lazer que me restou. Mas não estou aqui para falar sobre isso, mas sim para comentar dos Indicados ao Oscar 2016. Desde que passei a ter aqui em casa TV a cabo, mais especificamente TNT, costumo acompanhar a cerimônia do Oscar. Porém, nunca conseguia ver todos os filmes indicados nas principais categorias, via só dois ou três. Esse ano, estabeleci uma meta comigo de ver todos os indicados a Melhor Filme e alguns de outras categorias, antes do dia 28 de Fevereiro, que é o dia da Cerimônia. E também estou acompanhando as principais premiações que antecedem o Oscar: Globo de Ouro, Critics Choice Awards e Screen Actors. Por isso, decidi fazer uma série de pos

Nutshell – O Demonologista

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           Olá meus passarinhos e minhas passarinhas! Espero que estejam todos bem lindos! A indicação da semana tem um conteúdo um pouco diferente do que costumo postar aqui. E para ser sincera, nem sei se a leitura irá despertar o interesse de todos, mas como achei interessante, quis divulgar para vocês.             O livro da vez é “O Demonologista” do Andrew Pyper. Eu li o livro mais ou menos em cinco dias não corridos, (para quem não sabe, eu leio em média um livro por semana), e é pequeno – tem umas 315 páginas de história. Esse é o meu quarto livro da Darkside Books (que para mim é de longe a melhor editora nacional) e para falar a verdade, apesar de ter ficado super empolgada com a edição e com o lançamento aqui no Brasil, porque ele já é um best-seller mundial, eu não o comprei e li emprestado de uma amiga. Eu não comprei pelo fato de já ter uma grande fila de livros para ler em minha estante, além dos que eu acabo pegando emprestado. Por isso, esse ano, estou evita

Infinito Particular - Pó de Lua

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Olá meus passarinhos e minhas passarinhas! Semana passada eu me enrolei toda e não consegui postar. L Em compensação, essa semana, postarei hoje e na quinta! (yey rs). Mas vamos ao que interessa, a super indicação de hoje é de um livro que já li tem um tempinho e que tava louca para compartilhar com vocês. É a obra preciosa da linda Clarice Freire: “Pó de Lua”!  Gente, o que dizer desse trabalho tão singelo, delicado, profundo e tão bem feito?! Primeiramente, ele não é um livro para você ler e depois de uns tempos reler de novo. É um livro que deve ficar sempre próximo, seja na cabeceira para sempre ler algum trechinho antes de dormir ou logo ao acordar, ou na estação de trabalho ou até mesmo na bolsa. É daqueles livros “pretinho básico” que sempre caem bem em qualquer situação, em qualquer estado de humor, ou em qualquer previsão de tempo, porque ele sempre vai aquecer seu coração! Contando um pouquinho da história do Pó de Lua, antes de se tornar livro,

Coming up Roses – “Que mal eu fiz a Deus?”

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Olá meus amores! Semana passada eu me enrolei toda e não consegui postar. L Em compensação, essa semana, postarei hoje e na quinta! (yey rs). Mas vamos ao que interessa, a super indicação de hoje é novamente do cinema francês de um filme que vi no sábado o “ Qu'est-ce qu'on a fait au Bon Dieu ?” ou “Que mal eu fiz a Deus?”. O filme é uma comédia, alias a primeira comédia francesa que eu assisti, e é do ano passado, mas estreou essa semana aqui no Rio. O filme conta a história de uma família tradicional francesa, rica e católica fervorosa que tem 4 filhas (todas muito lindas por sinal). Está tudo muito bem até que para desespero dos pais as suas 3 filhas mais velhas se casam com homens franceses também, mas de outras etnias e culturas (um judeu, um árabe e um chinês). Então, a esperança está toda na filha mais nova que ainda não casou. Está tudo indo muito bem, até que a caçula anuncia que também vai casar. O futuro marido para a alegria de primeiro

Another day in Paradise – Filme “Samba”

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Olá meus amados! Tudo bem? A super indicação minha de hoje é do filme francês “Samba” que ainda está em cartaz. Mesmo sendo um excelente filme, nos cinemas mais populares, infelizmente, ficamos mais limitados ao Cinema de Hollywood, e só nos espaços “cults” é que temos acesso aos filmes estrangeiros.   Pois bem, eu não sou muito fã de cinema francês. Para falar a verdade, é muito 8 ou 80 para mim: quando eu gosto do filme, eu amo e quando eu não gosto, eu detesto. Mas dos filmes que eu adorei estão dentre eles “O fabuloso destino de Amélie Poulain”, “La delicatésse”, “A cidade das crianças” e dos que eu não gostei “Azul é a cor mais quente”. Devem haver mais outros, mas é que no momento não me recordo de mais nenhum. Eu não entendo muito de cinema, mas procuro sempre me esforçar para observar como foi a direção do filme, a construção do enredo, os cenários, a interpretação dos atores, a trilha sonora e etc. O cinema francês, na minha humilde e leiga opinião, busca sempre